quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

INTERCULTURALIDADE

 

INTERCULTURALIDADE


Travessa do Poço dos Negros

https://www.youtube.com/watch?v=Pdk8-FjRU14

A história que gente vos quer contar

Aconteceu um dia na Lisboa
Aonde o tempo corre devagar
Chegamos era cedo à ribeira
Ainda todo o peixe respirava
E a outra carne aos poucos definhava
O gemido do cordame das amarras
Juntava-se ao lamento dos porões
E o que nos chega fora são canções
A gente viu sair um'outra gente que dançava
Um estranho bailado em tom dolente
Marcado pelo bater das correntes
Anda linda
Vamos p'ra ver se é verdade que lá se pode ouvir cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros p'ra ver quem pode lá morar
Mais tarde fomos ter àquela parte da cidade
Que é mais profunda do que maré baixa
E a lua só visita por vaidade
De novo a estranha moda se dançava
Agora com suspiros de saudade
Agora com bater de corações
Anda linda
Vamos p'ra ver se é verdade que lá se pode ouvir cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros p'ra ver quem pode lá morar
Batiam-se com barriga e roçavam-se nas coxas
Os corpos já dourados de suor
E as bocas já vermelhas dos amores
Quisemos nós saber qual é o nome desta moda
Respondeu-nos um velho já mirrado
Lundum, mas se quiserem chamem-lhe fado
Anda linda
Vamos p'ra ver se é verdade que lá se pode ouvir cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros p'ra ver quem pode lá morar
Anda linda
Vamos p'ra ver se é verdade que lá se pode cantar
Anda linda
Vamos ao poço dos negros p'ra ver quem pode lá morar
Fonte: Musixmatch

Compositores: Joao Manuel Gil Lopes / Luis Represas


 


Desce a terra, aventuroso

Um tal Nicolau Coelho

que dá provas de amizade

com as cores dos seus presente

a carapuça de linho

que os índios indiferentes

deixavam ficar no caminho

preferindo as contas reluzentes

e pouco ligando ao vinho

que lhes servem com carinho 

esses marujos valentes

na hora em que as aventuras

se tornam pacto, contrato

entre diferentes culturas

ESSES HOMENS DE DOIS MUNDOS

não usam a mesma fala

e, ais do que se diz

conta aquilo que se cala,

conta o aceno e o gesto,

 conta o sorriso e o espanto

e conta também o resto

que pode ser prece ou canto,

que é assombro e alegria

quando a viagem confirma

o que era só fantasia.

E Caminha, é profundo 

é breve, no que escreve,

sem querer faz poesia

que é filha do sentimento

que brota com a magia

dos mundos que se encontram

quando o futuro se anuncia.

Olá, Brasil! / texto José Jorge Aletria; ilustrações João Fazenda, Terramar




Os Descobrimentos e o encontro de povos e culturas a partir  de: António Pigafeta, A Primeira Viagem em redor do mundo- A crónica in loco da expedição Magalhães-Elcano  1519-1522, Oficina do Livro, 2020 e João Morgado, Fernão de Magalhães e a Ave- do- Paraíso, A Esfera dos Livros, 2019

                       






                                            


   Fernão de Magalhães, Expo 92, Encuentros, Sevilha

Identificar os Descobrimentos como primeiro momento de globalização

Descobertas:

Cabo Verde:

Nadavam perto da nau uns peixes chamados tubarões. .... Conseguimos apanhar alguns com anzóis de ferro, mas os maiores não servem para comer e os pequenos não são grande coisa” (Pigafeta,p. 20)

 “Vimos aves de diferentes espécies: algumas pareciam que não tinham cauda: outra não faziam ninho, porque não tinham patas; mas a Fêmea põe e choca os seus ovos em cima do dorso do macho no meio do mar”.

- Há outras que se chamam “cagadelas” que vivem dos excrementos das outras aves” ....

- Vi peixes que voavam

- outros reunidos em tão grande número que pareciam formar um baixio no mar” (Pigafeta,p. 20)

 

- Descreve o que os marinheiros encontraram em Cabo Verde.

 

Brasil


“Conseguimos ali excelentes negócios: por um anzol ou uma faca davam-nos cinco ou seis galinhas; dois gansos por um pente; por um espelho pequeno ou por um par de tesouras obtínhamos peixes suficientes para alimentar dez pessoas; por um guizo ou uma fita, os indígenas traziam-nos um cesto de batatas, nome que se dá a certas raízes que têm mais ou menos a forma dos nossos nabos e cujo gosto se aproxima ao das castanhas. De uma forma igualmente vantajosa, trocávamos as cartas de baralhos: por um rei deram-nos seis galinhas, acreditando que com aquilo tinham feito um magnífico negócio.“ (Pigafeta  p. 21)

 

- Nomeia os objetos apreciados pelos indígenas do Brasil

- Escreve o que a armada de Fernão Magalhães queria obter e porquê.

- Dá exemplo de algumas trocas

- Segundo a tua opinião a troca era mais vantajosa para quem?

 

“Os brasileiros não são cristãos, mas também não são idólatras, pois não adoram nada: a sua única lei é o instinto natural. Vivem tanto tempo que é frequente encontrar indivíduos que chegam aos 125 anos, e até mesmo algumas vezes aos 140 anos. Tanto as mulheres como os homens andam nus. As suas habitações a que chamam boys, são cabanas grandes e dormem sobre redes de algodão, chamadas hamaks, atadas pelas duas extremidades a troncos grossos. Acendem fogueiras ao nível do solo. Cada um destes boys chega algumas vezes a albergar até 100 homens, com as suas mulheres e filhos, pelo que se ouve sempre muito barulho. As suas embarcações, são feitas com um tronco de árvore escavado com uma pedra cortante” (...) Estas árvores são tão grandes que uma só canoa pode levar até 30 ou mesmo 40 homens, que remam com remos semelhantes às pás dos nossos padeiros.” (Pigafeta  p. 22).

 

“ Os homens e as mulheres são bem constituídos, parecidos connosco. Por vezes comem carne humana, mas apenas a dos seus inimigos, o que fazem não por vontade por posto, mas sim devido a um costume que, segundo nos disseram, foi introduzido entre eles da seguinte maneira: uma velha tinha apenas um filho que foi morto pelos inimigos. Algum tempo depois, o inimigo que tinha morto o jovem foi feito prisioneiro e conduzido à presença dela; para se vingar, esta mãe lançou-se como um animal feroz sobre ele e rasou-lhe um ombro com os dentes. O homem teve a sorte não apenas de escapar das garras da velha e evadir-se, como também de regressar ao seio dos seus, aos quais mostrou a marca dos dentes que tinha no ombro, e fê-los acreditar que os inimigos tinham tentado devorá-lo vivo. Para que os outros não se superiorizassem em ferocidade, decidiram  efetivamente comer os inimigos que se capturassem em combate, e estes fizeram o mesmo. No entanto, não os comem imediatamente, nem vivos – cortam-nos em pedaços e repartem entre os vencedores. Cada um leva para sua casa a porção que lhe cabe, seca-a no fumeiro e a cada oito dias assa um pequeno pedaço para comer. Recebi esta informação de João carvalho, o nosso piloto, que tinha passado quatro anos no Brasil.” (Pigafeta  22, 23)

“Os brasileiros, tanto as mulheres como os homens, pintam o corpo, especialmente o rosto, de uma maneira estranha e em diferentes estilos. Têm os cabelos curtos e lanosos, e não apresentam pelos em todo o corpo, porque os arrancam. Usam uma espécie de colete feito de plumas de papagaio, dispostas de maneira que as maiores, das asas e da cauda, lhes formem um círculo na cintura (...)  .” (Pigafeta p. 23)

 

“Quase todos os homens apresentam o lábio inferior perfurado, com três buracos pelos quais passam pequenos cilindros de pedra com o comprimento de duas polegadas. As mulheres e as crianças não usam este incómodo adorno.” (...)

“A sua cor é mais um verde-oliva do que negro. O seu rei tem o nome de cacique.” (Pigafeta p. 23)

O país é habitado por um número infinito de papagaios, de tal forma que nos davam oito ou dez deles por um pequeno espelho. Possuem também uma espécie de gatos amarelos muito bonitos, que se assemelham a leões pequenos. (Pigafeta p. 23) “ Comem uma espécie de pão redondo e branco, que não nos agradou, feito com a medula, ou melhor dizendo, com o alburno que se encontra entre a casca e o tronco de uma determinada árvore, que apresenta algumas semelhanças com o leite coalhado. Possuem também porcos que nos pareceu terem o umbigo no dorso, e umas aves cujo grande bico se assemelha a uma espátula, mas que não têm língua.” (Pigafeta p. 23)

“Por vezes, para tentarem obter um  machado ou uma faca, prometiam-nos como escravas uma ou duas das suas filhas, mas jamais nos oferecem as suas mulheres”

 

-  Diz qual a importância das facas para os indígenas brasileiros

 

(as mulheres) “Estão sujeitas aos trabalhos mais duros, vendo-se muitas vezes elas a descer dos outeiros com gestos muito pesados sobre a cabeça, ainda nunca andem sozinhas, pois os seus maridos, que são muito ciosos delas, acompanham-nas sempre, levando numa mão as flechas e na outra o arco. Este arco é de pau-brasil ou de palmeira-negra. Se as mulheres têm filhos levam-nos pendurados ao colo através de uma rede de algodão.” (Pigafeta p. 23)

“Estes povos são extremamente crédulos e bondosos, e seria fácil levá-los a abraçar o cristianismo.

Quis o acaso que sentissem por nós veneração e respeito. Desde há dois meses que reinava no país uma grande seca, e como sucedeu que no momento da nossa chegada o céu lhes enviou chuva, não deixaram de a atribuir à nossa presença. Quando desembarcamos para ouvir missa em terra, assistiram a ela em silêncio, com ar de recolhimento, e, vendo que lançávamos ao mar as nossas chalupas, que deixávamos amarradas aos costados da nave ou que a seguiam, imaginaram que eram filhos da nau e que esta os alimentava.” (Pigafeta p. 23)

 

- Caraterísticas dos povos brasileiros:


Notícias Magazine, 2000




 

 
































Patagónia

 

Mais a sul num rio de água doce:

“Habitavam os canibais” p. 25  Para não deixar escapar a ocasião de os ver de perto e falar com eles, saltámos para terra, cerca de 100 homens, perseguindo-os, a fim de conseguir apanhar alguns, mas eles davam passos tão largos que, mesmo correndo e saltando, nunca conseguimos alcançá-los.

Este rio forma sete pequenas ilhas, num local chamado cabo de Santa maria, na maior das quais se encontram pedras preciosas” (...) Foi aí que Juan de  que andava connosco  (...) foi comido, juntamente com sessenta homens da sua tripulação, pelos canibais (...) (Pigafeta p. 25)

 

Seguindo sempre as costas destas terras até ao Pólo antártico, detivemo-nos em duas ilhas que eram habitadas apenas por pinguins e lobos-marinhos. Os primeiros existem em tal abundância e são tão mansos que numa hora recolhemos provisões abundantes para as tripulações das cinco naus. São negros e parece que têm todo o corpo coberto de pequenas penas, e as asas desprovidas das necessárias para voar, e de facto não voam: alimentam-se de peixe e são tão gordos que para os depenar nos vimos obrigados a tirar a pele. O bico deles assemelha-se a um corno” . p.25

Os lobos marinhos são de diversas cores e mais ou menos do tamanho de um bezerro, com que se parecem na cabeça. Têm as orelhas pequenas e redondas e os dentes muito grandes; não têm pernas, e as suas patas, que estão unidas ao corpo, assemelham-se bastante às nossas mãos, com unhas pequenas, ainda que sejam palmípedes, isto é, Têm os dedos unidos entre si por uma membrana, como as patas de um pato. Se estes animais pudessem correr seriam terríveis, pois mostraram ser muito ferozes. Nadam rapidamente e vivem apenas de peixe.”p.26

(...)

Passaram dois meses até avistarmos algum habitante da região. Um dia (...) apresentou-se-nos um homem de estatura gigantesca. Estava na praia quase nu, a cantar e a dançar ao mesmo tempo e a atirar areia para cima da cabeça. O comandante enviou a terra um dos marinheiros, com ordem para que fizesse as mesmas ações em sinal de amizade e de paz” p. 26

“Este homem era tão alto que as nossas cabeças mal lhe chegavam à cintura. Era bem constituído, com o rosto largo e pintado de vermelho, os olhos rodeados de amarelos, e co duas manchas em forma de coração nas bochechas. Os seus cabelos, que eram poucos, pareciam ter sido branqueados com um qualquer pó. A sua roupa, ou melhor, a sua capa, era de peles cosidas enre si, de um animal que abunda naquela zona, segundo tivemos ocasião de ver mais tarde  (...) tem cauda de cavalo, cujo relincho imita. Este homem tinha também uma espécie de calçado feito da mesma pele. Levava na mão esquerda um arco curto e maciço, cuja corda, um pouco mais grossa que o alaúde, tinha sido feita com uma tripa do mesmo animal; e na outra flechas de cana, curtas, que na extremidade apresentavam pena (...) e na extremidade, em vez de ferro, a ponta de uma pedra de chipa, matizada de branco e negro.” P. P.27

O comandante-chefe mandou dar-lhe de comer e de beber e entre outras bugigangas, mandou trazer um grande espelho em aço. O gigante, que não tinha a menor ideia do que era este móvel e que sem dúvida pela primeira vez estava a ver a sua figura, retrocedeu tão espantado que deixou cair por terra quatro dos nossos” (...)p.27

 

Os outros  quando os marinheiros se aproximaram deles

 

“colocaram-se em fila, sem armas e quase nus, dando início imediatamente às suas danças e cantos, durante os quais levantaram ao céu o dedo indicador, para nos darem a entender que consideravam que éramos seres que tinham descido lá do alto, e ao mesmo tempo apontaram para um pó branco que tinham nuns potes de barro, que nos ofereceram, pois não tinham outra coisa para comer.” P. 28

“Convidaram-nos, através de sinais, a que viessem às nossas naus”. (...) os homens só conservavam consigo o arco e as flechas, obrigavam as mulheres a levar tudo” (....)

“As mulheres não são tão altas como os homens, mas em compensação são mais corpulentas. (...) Pintam-se e vestem-se da mesma maneira que os seus maridos, mas usam uma pele fina que lhes cobre as partes baixas”. P- 28

Seis dias depois, alguns dos nossos marinheiros (...) viram outro gigante vestido como aqueles que acabáramos de nos separar (...) p. 18 Este homem era mais alto e mais bem constituído do que os outros, tinha maneiras mais suaves e dançava e saltava tão alto e com tanta força que os seu pés se enterravam várias polegadas na areia. Passou alguns dias na nossa companhia, tendo-lhe ensinado a pronunciar o nome de Jesus, a oração dominical, etc. O que conseguiu executar tão bem como nós, ainda que com uma voz muito forte. No final batizámo-lo dando-lhe o nome de Juan. O comandante ofereceu-lhe uma camisa, um colete, calças de pano, um gorro, um espelho, um pente, uns guizos e outras bagatelas, regressando para o seio dos seus e parecendo muito contente e agradecido a nós.

No dia seguinte ofereceu ao capitão um desses animais de que temos falado, recebendo em troca outros presentes”

 

“Quis o capitão reter connosco os dois mais jovens e mais bem constituídos, para os levar connosco durante a viagem e mesmo até Espanha, mas, vendo que era difícil prendê-los através da força, usou do seguinte artifício: deu-lhes uma grande quantidade de facas, espelhos e contas de vidro, de tal forma que ficaram com as duas mãos cheias; em seguida ofereceu-lhes duas daquelas argolas de ferro que servem para prender e quando viu que eles desejavam muito experimentá-las (por que gostam imenso de ferro) e como não não podiam pegar nelas com as mãos, propôs-lhes colocá-las nos pernas, para que fosse mais fácil levá-las. Consentiram nisso e então os nossos  homens aplicaram-lhes as argolas de ferro, fechando os anéis de maneira  que ficassem acorrentados. Assim que perceberam o embuste ficaram furiosos, soprando e uivando e invocando Setebos, que é o principal demónio, para que viesse socorrê-los.”p.30

 

Por muito selvagens que sejam, estes índios não deixam de possuir uma certa espécie de ciência médica. Por exemplo, quando se sentem mal do estômago, em vez de se purgarem, como nós fazíamos, introduzem bem fundo na boca uma flecha para provocar vómitos, lançando uma matéria verde, misturada com sangue. O verde provém de uma espécie de cardo de que se alimentam. Se têm dores de cabeça, fazem uma incisão na frente, efetuando a mesma operação em todas as partes do corpo onde sentem dores, a fim de deixar sair uma grande quantidade de sangue da zona dorida. ..... a dor, dizem, é causada pelo  sangue, que não quer manter-se nesta ou naquela parte do corpo, por conseguinte, fazendo-o sair a dor deve cessar”. P. 31

 

Usam os cabelos cortados em forma de tonsura, como os frades, mas mais compridos, e mantidos à volta da cabeça por um cordão de lã, no qual colocam as suas flechas (...) Quando o frio é muito intenso atam apertadamente as suas partes naturais contra o corpo. Parece que a sua religião se limita a adorar o diabo (....) o chefe é Setebos; os inferiores chamam-se Cheléale. P.31

“Habitualmente alimentam-se de carne crua e de uma raiz doce a que chamam capac. São grandes comedores (...) devoravam as ratazanas cruas(...) . O nosso capitão deu a este povo o nome de “patagones” (patagónios). Neste porto, ao qual pusemos o nome de S. Julião passamos cinco meses.




Leão marinho Por David Corby - Obra do próprio, CC BY 2.5, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=769853

 


Por Dr. Wayne Trivelpiece - NOAA Photo Library, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=14591025


Pinguins  a nadar

                                       Signey - Obra do próprio by Aida Dresseno

 

 “Acredita-se atualmente que os patagones seriam os tehuelches, que tinham uma altura média de 180 centímetros, em comparação com os 155 cm de média dos europeus da época Fondebrider, Jorge (2003). «Ámbitos y voces». Versiones de la Patagonia (em espanhol) 1ª ed. Buenos Aires: Emecé Editores S.A. 29 páginas. ISBN 950-04-2498-3

                         Urville-Patagonians - acampamento tehuelche (1838) https://pt.wikipedia.org/wiki/Tehuelches#/media/Ficheiro:Urville-Patagonians.jpg

 

 Quanto a nós, nem nos dávamos muito mal neste porto, embora nem todas as conchas fossem comestíveis, pois continham pérolas, se bem que muito pequenas. Encontramos também nas redondezas avestruzes, raposas, coelhos muito mais pequenos do que os nossos, e pardais. As árvores produzem incenso.

Colocámos uma cruz no cume de uma montanha vizinha a que chamámos Monte Cristo, e tomámos posse dessa terra em nome do rei de Espanha.

Também ali aprisionámo-nos com uma espécie de peixe, com cerca de dois pés de comprimento e coberto com muitas escamas, bastante bom para comer, embora não tenhamos capturado a quantidade que seria necessária para nós .Antes de abandonar o sítio o comandante ordenou que todos se confessassem e comungassem como bons cristãos.

 

No dia 21 de outubro (...) descobrimos um estreito a que demos o nome de Onze mil Vezes, porque esse dia era-lhes consagrado (...) vai desembocar noutro mar a que chamos Mar Pacífico. Este estreito é limitado por montanhas muito altas e cobertas de neve.p.34

( perto da Baía Possession, p. 79 Fernão de Magalhães e a Ave do Paraíso)





                                                https://www.wikidata.org/wiki/Q1552197



                                https://en.wikipedia.org/wiki/Bah%C3%ADa_Posesi%C3%B3n

Toda a tripulação estava convencida de que este estreito não tinha saída a oeste, que não se teria imaginado procurá-lo se não fossem os conhecimentos do comandante-chefe (...) que o tinha visto desenhado num mapa que o rei de Portugal conservava na sua tesouraria, e feito por Martim da Boémia, um excelente cosmógrafo. P. 34

 

Ao longo deste estreito dos Patagónios (Estreito de Magalhães) há “água excelente, madeira de cedro, sardinhas e marisco em abundância.” Havia ainda peixes: “dourados, albacoras e bonitos que perseguem os chamados peixes voadores”

 

“ E porque na margem sul continuavam a encontrar lumes à distância, Magalhães chamou àquelas paragens “Terras do Fogo”.

“Que serão estes fogos”. O capitão (...) mandou (...) um grupo de homens armados, para ver o que encontravam, e, por eles esperam três dias, pescando albacoras, douradas e sarragões (espécie de atum). (...) Quando regressou falou de “indios fueguinos, homens que por ali viviam e  acendiam fogueiras para se aquecerem nas noites arrefecidas daquelas terras” p. 180, Morgado)

 

(...) “Estavam no primeiro de novembro, pelo que Magalhães chamou ao estreito por onde estavam a entrar canal de Todos os Santos”. “António Lombardo achava que se devia chamar Estreito patagónico e assim o grafou no diário  (...) ao lado de um tosco desenho com que o ilustrava.”p.183, Morgado

 

Apontaram a proa para o canal nubloso que tinham em frente e por ali singraram com ventos favoráveis e muitos cuidados, até entrarem numa nova baía. Era bem mais vasta  que a anterior com mais vegetação nas margens, muitas enseadas e ilhas de distinta grandeza” (...) António Lombardo (...) considerava-o “o mais lindo do mundo”. P. 184 , Morgado

 

“Magalhães seguiu (...) e deparou-se com uma enseada pejada de peixes. Chamou-lhe Baía das Sardinhas” p. 185, Morgado (Caleta Gallant na baía Fortescue, no Chile)

     

                                        https://www.tageo.com/index-e-ci-v-10-d-m1308044.htm




                                         Localização do Estreito de Magalhães e Antártida Chilena

                                              https://es.wikipedia.org/wiki/Bah%C3%ADa_Fortescue

                                                        

Réplica da nau Vitória de Fernão de Magalhães no Museu de Punta Arenas.

Atualmente, la Baía Fortescue está incluída no Parque Marítimo Francisco Coloane, famoso pela Baleia jubarte e  habitat natural de diferentes espécies de mamíferos marinhos, como baleias  Seibaleias Minke, orcas, lobos marinhos, elefantes do mar, entre outras.


 

Três crianças Selk’nam da Terra do Fogo com as suas famílias fotografadas por Alberto de Agostini na década de 1920.

https://www.facebook.com/reydelapatagonia










“Os céus negros estavam eivados de longas bandas coloridas , que oscilavam e mudavam de cor. Os céus negros estavam eivados de longas bandas coloridas, que oscilavam e mudavam de cor.”( Aurora astral) os ventos desenhavam ondas brilhantes nos altos para grande espanto dos homens, que nunca tal tinham visto” p. 190, Morgado



            https://quantocustaviajar.com/blog/os-10-melhores-lugares-para-ver-a-aurora-boreal-e-a-austral/

(...) “Estavam a navegar no mar do Sul, na foz onde desembocavam também os propósitos de todos aqueles homens.

Magalhães chamou-lhe o cabo da Victoria – porque era o nome da nau que o tinha descoberto e também revelador do seu sentir (...) encontrara um estreito navegável que unia o Atlântico ao mar do Sul.” P. 191, Morgado

(O estreito de Magalhães é uma passagem navegável de aproximadamente 600Km imediatamente ao sul da América do Sul continental. Situa-se entre o continente a norte e a Terra do Fogo e cabo Horn a sul. Este estreito é a maior e a mais importante passagem natural entre os oceanos Atlânticos e Pacífico, já que o canal do Panamá é um canal artificial com 77Km de extensão, e só inaugurado oficialmente em 15 de Agosto de 1914.” P. 191 Morgado



“ O capitão (...) chamou-lhe oceano “Pacífico”, perante a aprovação dos seus ofícios” p. 203, Morgado

 

Pelo grau 12 de latitude setentrional e pelo 146 de longitude, a 6 de março (...) descobrimos a noroeste uma pequena ilha, e em seguida mais duas a sudoeste. (...) p.46

O comandante-chefe quis deter-se na maior para recolher líquidos, frescos e provisões, mas isso não foi possível, porque os ilhéus vinham a bordo e roubavam isto e aquilo (...) Queriam obrigar-nos a recolher as velas e ir a terra, tendo ainda tido a habilidade de levar o esquife que estava amarrado à popa, pelo que o capitão, irritado, desceu a terra com 40 homens armados e queimou 40 ou 50 casas e muitas das suas embarcações e matou-lhes sete homens.

A 16 de março chegamos a uma ilha “que se chama Samar por trás de da qual existe outra que não está habitada e que soubemos que se chama “Humunu (Homonhon). P.48



https://www.historyhit.com/locations/homonhon-island/

 

“Quando chegamos a terra, (Zuloan) 0 chefe deles dirigiu-se ao comandante, manifestando-lhe por gestos o prazer que sentia em ver-nos. Quatro dos mais enfeitados ficam connosco, tendo os restantes ido chamar os seus companheiros que estavam ocupados com a pesca e com os quais logo regressaram.

O comandante, ao vê-los tão tranquilos, mandou-lhes dar-lhes de comer, oferecendo-lhes ao mesmo tempo alguns barretes vermelhos, pequenos espelhos, pentes, guizos, alguns panos, objetos de marfim e outras bagatelas semelhantes. Os ilhéus, encantados com o acolhimento do capitão, ofereceram-lhe peixes, um jarro cheio de vinho de palma, a que chamam uroca, bananas com mais de um palmo de comprimento e outras mais pequenas, se bem que mais saborosas, e dois frutos do coqueiro (...) dentro de quatro dias regressariam trazendo-nos arroz, a que chamam umay, cocos e outros víveres.” P. 49

Os cocos são os frutos de uma espécie de palmeira, de onde retiram o seu pão, o seu vinho, o seu óleo e o seu vinagre. Para obter o vinho, fazem no cimo da palmeira uma incisão que penetra até à medula, por onde sai gota  a gota um licor que se assemelha ao nosso mosto branco, mas que é um tanto ácido. Recolhem este licor nos tubos de uma cana com a grossura de uma perna, que se ata à arvore e que se tem o cuidado de esvaziar duas vezes por dia, de manhã e à tarde.

 O fruto desta palmeira é do tamanho da cabeça de um homem e por vezes ainda maior; a sua primeira casca, que é verde, tem dois dedos de espessura que é composta de filamentos de que se servem para fazer as cordas que usam nas embarcações. Encontra-se de seguida uma segunda camada mais dura e mais consistente do que a da noz, da qual, queimando, retiram um certo óleo que usam. Há no interior uma medula branca, com a espessura de um dedo, que se come como se fosse pão, com a carne e o peixe. No centro da noz e no meio desta medula existe um licor transparente, doce e fortificante que, depois de esvaziado num copo, e deixado repousar, toma a consistência de uma maçã. Para obter o óleo pega-se a noz, deixa-se fermentar a medula com o licor, e em seguida ferve-se, do que resulta um óleo espesso como manteiga.

Para obter o vinagre, deixa-se em repouso apenas o líquido, o qual, estando exposto ao sol, fica ácido e parecido com o vinagre que se faz com o vinho branco .Nós fabricávamos também um licor que se assemelha ao leite de cabra, raspando a medula, moendo-a no mesmo líquido e coando-a em seguida.”p.50

“Por deferência ao nosso chefe conduziram-no nas suas canoas aos depósitos em que mantinham as suas mercadorias, como o cravinho, a pimenta, a noz-moscada, o ouro” ... dando a entender por gestos que as regiões para onde nos dirigíamos produziam em abundância todas estas especiarias.” P. 50

A ilha deserta na qual estávamos instalados, os ilhéus chamam-lhe Humunu, mas nós designamo-la com o nome de Aguada dos Bons Indícios, porque tínhamos ali encontrado dois reservatórios de uma água maravilhosa, e porque notámos os primeiros sinais de que havia ouro naquele país. Nela também se encontram o coral branco, árvores cujos frutos mais pequenos que os das nossas amendoeiras, se assemelham muito aos pinhões, e várias espécies de palmeiras, algumas das quais produzem frutos comestíveis, e outras não.

Tendo notado à nossa volta um certo número de ilhas, no quinto domingo de Quaresma, que é dedicado a Lázaro, demos-lhes o nome de arquipélago de São Lázaro (depois passou a chamar-se Filipinas).”p. 51

 

“No dia 22 do mês, os ilhéus” (chegaram) com duas canoas cheias de cocos, laranjas e um cântaro repleto de vinho de palma e um galo, para darem a entender que tinham galinhas. Comprámos tudo o que trouxeram. O seu chefe era um ancião, com o rosto pintado e brincos de ouro nas orelhas; e os do seu séquito traziam nos braços braceletes de ouro e panos que lhes rodeavam a cabeça.”

“Os habitantes das ilhas imediatamente vizinhas daquela em que estávamos usavam nas orelhas uns buracos tão grandes, e as orelhas estavam tão descaídas, que conseguia-se passar um braço lá dentro.” P. 52

“Estes povos são cafres, isto é gentios. Andam nus cobrindo apenas os seus órgãos sexuais com um pedaço de casca de árvore, e alguns chefes com um pedaço de tecido de algodão, bordado com seda nos seus dois extremos. São de cor olivácea e geralmente bastante obesos. Pintam e untam todo o corpo com óleo de coco e de gergelim, para se protegerem, segundo dizem do sol e do vento. Têm os cabelos negros, e usam-nos tão compridos que lhes chegam até à cintura. As suas armas são facas, escudos, maças e lanças guarnecidas a ouro. Como instrumentos de pesca usam dardos, arpões e redes feitas mais ou menos como as nossas.” P. 52

No dia 25 de março partimos ...

No dia 28, “ vimos que se aproximava da nossa nau uma pequena embarcação, a que chamam boloto, tripulada por oito homens. O capitão tinha um escravo natural de Sumatra (...) que saiu para falar com eles na língua do seu país, e apesar de o compreenderem e de terem vindo até alguma distância da nossa nau, não quiseram subir a bordo, e também pareciam estar temerosos de se aproximarem muito. O comandante, vendo a sua desconfiança, atirou ao mar um barrete vermelho e algumas bagatelas, atadas a uma tábua, as quais eles recolheram dando sinais de muita alegria; mas de repente partiram tendo depois sabido que eles se tinham apressado a ir avisar o seu rei acerca da nossa chegada.

Duas horas mais tarde, vimos que vinham até nós dois balangays (nome que dão às suas grandes embarcações) cheios de homens, vindo o rei no maior, por baixo de uma espécie de dossel formado por esteiras. Quando o rei chegou ao pé da nossa nau, o escravo do capitão dirigiu-lhe a palavra, tendo-o compreendido perfeitamente, porque os reis destas ilhas falam diversos idiomas. Mandou que alguns dos que o acompanhavam subissem a bordo, tendo ele próprio ficado no balangay, e partido assim que regressaram.

O comandante concedeu um acolhimento muito afável aos que tinham subido a bordo, oferecendo-lhes também alguns presentes, e o rei, tendo sabido disto, quis, antes de ir embora, obsequiar o comandante com um lingote de ouro e um cesto de gengibre, presentes que o comandante agradeceu mas não quis aceitar.” P. 53

(...) o comandante despachou para terra o escravo que lhe servia de intérprete, para dizer ao rei que se tivesse alguns víveres para dizer ao rei que se tivesse alguns víveres para nos enviar pagar-lhe-íamos bem, assegurando-lhe ao mesmo tempo que não tínhamos vindo até ele para cometer hostilidades, mas sim para ser seus amigos.” P. 53

Visto isto, o rei em pessoa veio a bordo na nossa chalupa, com seis ou oito dos seus súbditos mais importantes, e, depois de subir, abraçou o comandante, oferecendo-lhe três jarros de porcelana cheios de arroz cru e cobertos de folhas, duas douradas muito grandes, e alguns outros objetos. Por sua vez, o comandante ofereceu-lhe um colete de tecido vermelho e amarelo, e um barrete vermelho fino. Obsequiou também os do seu séquito, dando a alguns espelhos, e a outros facas.

(...) Depois disto conduziu-o ao castelo de popa e, mandando trazer o mapa e a bússola, explicou-lhe, através do intérprete como tinha encontrado o estreito para chegar ao mar onde nos encontrávamos, e quantas luas tinha passado no mar sem divisar terra” p. 54

O rei, admirado com tudo o que acabava de ouvir e de ver despediu-se do comandante, rogando-lhe que levasse consigo dois dos seus homens, para que estes depois lhe pudessem contar algumas particularidades do seu país” pp. 54, 55

“Depois de nos sentarmos na popa, procurámos fazer-nos entender por sinais, pois não dispúnhamos de intérprete. O séquito do rei, de pé, rodeava-o, armado de lanças e de escudos. Serviram-nos então um prato de carne de porco com um grande cântaro cheio de vinho, a qual, quando não ficava totalmente vazia, se deitava noutro cântaro. A escudela estava sempre preparada, sem que ninguém ousasse tocar nela, a não ser ser ele e eu. Todas as vezes em que o rei queria beber, antes de pegar na escudela, levantava as mãos ao céu, depois virava-as na nossa direção, e no momento em que pegava com a mão direita, estendia para mim a esquerda, com o punho cerrado, de tal modo que, da primeira vez que executou esta cerimónia, pensei que ele me ia dar uma bofetada; e com esta atitude permanecia todo o tempo que bebia e, tendo notado que todos os restantes o imitavam nisto, executei com ele outro tanto” (...) p.55

“ Chegada a ceia, trouxeram dois grandes pratos de porcelana um com arroz e outro com cozido de porco, observando-se durante a ceia as mesmas cerimónias que atrás descrevi .Dali passámos para o palácio do rei, que tinha a forma de uma monte de feno, sustido por quatro postes grossos, cobertos com folhas de bananeira , e tão alto que para subir para ele precisámos de uma escada..

Quando entrámos, o rei mandou-nos sentar sobre esteiras  de canas, com as pernas cruzadas (...). Meia hora mais tarde trouxeram um prato de peixe assado, cortado em pedaços, gengibre acabado de colher, e vinho. Tendo-se apresentado o filho mais velho do rei, sentou-se ao nosso lado. Foram então servidos outros dois pratos: um de peixe cozido e outro de arroz para comer com o príncipe herdeiro. (...) p. 56

As velas para alumiar são feitas de uma espécie de goma de árvore, a que chama anime, que se envolve em folhas de palmeira ou de bananeira”.

“O seu irmão, que era rei de outra ilha, acompanhou-nos a bordo com outros três homens, tendo o comandante dando-lhe de comer e oferecido bagatela”.

O rei que nos havia acompanhado, disse-nos que na sua ilha se encontrava pepitas de ouro tão grandes como nozes, e até como ovos, misturadas com a terra, a qual era peneirada para os descobrir, e todos os seus copos e também alguns adornos da sua casa eram feitos deste metal. Estava vestido muito asseadamente, segundo o costume do seu país, e era o homem mais belo que vi entre estes povos. Os seus cabelos negros caíam-lhe até aos ombros, um véu de seda cobria-lhe a cabeça e duas argolas de ouro pendiam-lhe das orelhas. Da cintura até aos joelhos pendia um pano de algodão bordado com seda; levava a tiracolo uma espécie de agada ou espada, que tinha um grande cabo em ouro e cuja bainha era de madeira muito bem trabalhada. Sobre cada um dos seus dentes via-se três pintas de ouro, de maneira que se podia dizer que tinha todos os dentes ligados com este metal. Estava perfumado com estoraque e benjoim, e a sua pele, se bem que estivesse pintada via-se que era olivácea.

Residia habitualmente numa ilha onde se encontram os países Butuan e Calagan, mas quando os dois reis querem conferenciar, reúnem-se na ilha de Massana, para onde nos dirigíamos. O primeiro chama-se tajá (rei Colambu, e o outro rajá Siagu.” P. 57

“No domingo de Páscoa, que era o último dia do mês de março, o comandante enviou logo cedo a terra o capelão com alguns marinheiros para dizer missa, despachando ao mesmo tempo o intérprete, para que este dissesse ao rei que íamos desembarcar na ilha, não par comer com ele, mas sim para cumprir uma cerimónia do nosso culto. O rei aprovou tudo e enviou-nos dois porcos mortos.” (...) p- 57

(...) Saltámos para terra, onde os dois reis, que tinham ido ao nosso encontro, abraçaram o comandante, colocando-o entre eles dois.(...)p. 58

“Antes que começasse a missa, o comandante aspergiu os dois reis com água almiscarada. No momento da oblação foram, como nós, beijar a cruz, mas não fizeram a oferenda, e no momento de nos levantarmos adoraram a eucaristia com as mãos juntas, imitando sempre o que fazíamos”. p. 58

(...) Depois disto, mandou trazer uma grande cruz adornada com pregos e a coroa de espinhos, diante da qual nos prostrámos, coisa em que também os ilhéus nos imitaram. Então o comandante, por meio do intérprete, disse aos reis que esta cruz era o estandarte que lhe havia sido confiado pelo imperador para que a colocasse onde fosse que aportasse, e que, portanto, queria levantá-la nesta ilha. E ainda por cima seria também um sinal favorável, pois todos os navios europeus que mais tarde viessem visitá-lo saberiam, ao vê-la, que ali tínhamos sido recebidos como amigos e não cometeriam qualquer violência, nem sobre as pessoas, nem sobre as suas propriedades. (...) Os reis, que não duvidavam minimamente de tudo o que o comandante lhes acabara de dizer, deram-lhes graças, assegurando-lhe, por intermédio do intérprete, que ficavam perfeitamente satisfeitos e que de bom grado executariam tudo o que lhes acabava de encarregar de fazer” p. 59

“Perguntou-lhes qual era a sua religião, se eram mouros ou gentios, ao que responderam que não adoravam nenhum objeto terreno, mas responderam que não adoravam nenhum objeto terreno, mas, levantando as mãos juntas e os olhos ao céu, deram a entender que adoravam um Ser Supremo, a que chamavam Abba, o que causou grande contentamento ao nosso comandante.” P. 59

 

“havia  também quatro jovens raparigas que tangiam instrumentos musicais, o que  muito despertou as atenções dos mancebos há tanto  tempo sem desenfado de mulher. Uma batia num tambor assente no chão, duas tocavam uns gongos de diferentes tamanhos, a última tinha dois pratos metálicos, um em cada mão, cujo choque produzia um som  muito suave. A música era ritmada mas melódica, pelo que revelavam saberes já bem experimentados. Tinham a pele clara, como se não apanhassem sol como os demais. Tinham os seios desnudos e um exíguo pano na cintura. (...) Ao som daquela música exótica, (outras mulheres nuas de corpo inteiro) dançavam (...) p. 231: Morgado

“ O comandante tinha já perguntado qual era o porto mais adequado que existia nas proximidades para abastecer as naus e vender as mercadorias, ao que lhe responderam que havia três: Ceilão, Cebu e Calagan. Mas como o de Cebu era o melhor, e como estava decidido a chegar lá, ofereceram-lhe pilotos que o conduzissem.” P. 60

 


                                                                          Cebu

 

Os coqueiros parecem-se com as palmeira que dão tâmaras, se bem que os seus troncos, sem terem um tão grande número de nós, também não sejam lisos.

Uma família de dez pessoas pode sustentar-se com dois coqueiros, fazendo alternadamente, em cada semana, as incisões num e deixando descansar o outro, para que uma sangria permanente de um não os faça perecer. Disseram-nos que um coqueiro vive um século inteiro.


- Elencar as principais consequências das Descobertas







Catedral Metropolitana de Porto Alegre, Brasil



                                     Catedral de  Porto Alegre, Rio Grande do Sul



                                   

                                       


Altar barroco, Ouro Preto, Brasil
                   




Igreja Convento de Santa Teresa, Potosi - barroco mestiço boloviano

Igreja Convento de Santa Teresa, Potosi, Bolívia





Igreja Convento de Santa Teresa, Potosi





Basílica de San Lorenzo, Santa Cruz de la Sierra




Igreja e Convento de São Francisco, La Paz, Bolívia



Catedral Metropolitana de La Paz também está localizada na Praça Murillo, Bolívia.

Colónia de Sacramento, Uruguai



Colónia de sacramento, Uruguai, com escudo português - mais antiga cidade do Uruguai fundada por D. Manuel Lobo, em 1680, quando era governador do Rio de Janeiro.




                                  Cena do filme "A Missão" retratando o relacionamento dos Índios na América Espanhola , colónia de Sacramento.


Fortaleza de Jesus, Mombaça, caiu nas mãos do sultão de Oman em 1688.



Arco do Vice- Rei.


Arco do Vice- Rei.


Hotel albergaria Botelho



                 Basílica do Bom Jesus com o túmulo de S. Francisco Xavier – património da humanidade.

Basílica do Bom Jesus


Igreja de S. Francisco de Assis - interior


Túmulo de S. Francisco Xavier



Igreja de S. Francisco de Assis



                          A Sé Catedral de Goa, à direita e a igreja de São Francisco à esquerda


Catedral de Goa


                                               Palácio do arcebispo, junto à catedral de Goa



Igreja de Santana de Talaulim, uma das maiores de Goa.
Público Magazine, 12.11.1995


Goa

5. capela de S. Francisco Xavier ;                                                     6. Sé Catedral

7

7. Capela de Santa Catarina   8. Claustro de Santa Mónica           9 Pormenor da Fachada do Bom Jesus                                   




Peça indo-portuguesa



Igreja de S. Caetano


Igreja Senhora do Monte


Procissão, Pangim, Goa


Rua de Pangim, Goa

Rua  de Pangim, Goa




  Forte português de Sinquerim nas praias de Goa



Baluarte no trilho entre Sinquerim e o forte da Aguada e Goa



                             

Torre do farol no forte português da Aguada em Goa, peça chave para a navegação. O seu nome vem do facto deste possuir uma enorme cisterna, onde era armazenada água para o abastecimento das naus da carreira da Índia. A torre circular funcionava como farol.



Malaca:







Fortaleza de Malaca



Fortaleza

                                                                        



Malaca, Formosa








Porta de Santiago a “Famosa”, um dos mais importantes monumentos de Malaca, que já serviu como fortaleza para várias gerações de portugueses.



Porta de Santiago a “Famosa”, um dos mais importantes monumentos de Malaca, que já serviu como fortaleza para várias gerações de portugueses.


Igreja de S. Paulo


Igreja de S. Francisco Xavier

Igreja de Jesus Cristo



Malaca, Museu


Museu

                                                                   Flor de la Mar



  Flor de la Mar



Diz-se por lá que quando os holandeses conquistaram Malaca, os Portugueses, fugiram com as naus que tinham trazido, cheias de ouro e bens materiais. A ganância era muita, carregaram tanto as naus, que duas ficaram afundadas logo na baía… As pessoas com quem falámos acham os portugueses muito trabalhadores, empreendedores, mas muito ligados aos bens materiais e um  pouco invejosos e gananciosos… pelo menos foi isso que os seus antepassados lhes transmitiram… é a opinião das pessoas que falámos e vale o que vale, mas vale a pena pensar nisto

https://onossoolhardomundo.pt/malaca-malasia/

 

 

Flor de la mar, de Afonso de Albuquerque, pensa-se ter sido afundada por excesso de produtoshttps://www.viajarentreviagens.pt/malasia-e-singapura/malaca-ontem-e-hoje/


                                                       https://www.letsgoholiday.my/p/portuguese-village-in-melaka


Muito perto do centro de Malaca, considerada pela Unesco como património da humanidade,  ainda existe o bairro português-Portuguese Settlement ou Kampumg Portugis, no qual a população luso descendente se casa entre si, fazendo perdurar a tradição


                                                                   Bairro Português


Perto da entrada da Praça Portuguesa há uma estátua do Cristo Redentor semelhante  à do Rio de Janeiro, que durante anos ficou sem cabeça porque os muçulmanos mais radicais a consideravam uma perversão idólatra.

 A língua cristang combina uma versão arcaica do português com a gramática malaia.

 Hoje, apenas duas ou três mil pessoas ainda falam o idioma com desenvoltura, e poucos   o ensinam aos filhos. 

 Há pessoas com herança portuguesa, arménia, holandesa, malaia e cingalesa, além de mais uma ou duas etnias. "Somos uma mistura boa", brinca.

Em Goa, primeira possessão territorial portuguesa na Ásia, bem como em outros assentamentos, como Macau, no litoral chinês, as comunidades eurasianas prosperam. Sua culinária foi enriquecida pelas misturas coloniais, de modo que o frango apimentado de Moçambique, evoluiu e se transformou em um prato popular temperado com molho de soja.

Em Malaca, um guisado com vinho que era muito popular em Lisboa tornou-se "curry do diabo", um refogado  tradicional com carnes como peru, pato e pernil, além de vinagre, muito apimentado.

 Atualmente na Malásia, os cristangs são mais conhecidos pelos seus cozidos e docinhos, e pelos violonistas que tocam por dinheiro – ou seja, uma comunidade que já foi tão vibrante hoje se resume a clichés culturais. "Se quisermos sobreviver aos próximos 500 anos, não podemos só ficar cantando, dançando e comendo", reconhece Theseira.

https://exame.com/casual/malaca-uma-cidade-multicultural-ameacada/



Em fevereiro, há o Festival da Água também conhecido como Pesta Intrudu. Há o costume de atirar água uns aos outros. A festa acontece antes do jejum de quarenta dias.



No final de junho, há a festa de S. Pedro. Nesse dia, todos os pescadores da aldeia, limpam e decoram os seus barcos. 

 

No final do ano, o bairro português é inundado de turistas especialmente de Singapura para comemorar o Natal. Todos os lugares são decorados com luzes e árvores de Natal.




Ilha de Ceilão, conhecida pelo nome lendário de Taprobana (Estrabão)

















Público Magazine26 .11. 1995




Viva Voz




Saleiro de Marfim, Benim, século XVI

Esculpido em marfim, possui uma tampa  com um cavaleiro de elmo e cota de armas montado num cavalo ricamente ajaezado, destacando-se sobre um fundo densamente preenchido. Na seção central, existem outros cavaleiros e altos funcionários com indumentária e acessórios idênticos aos usados na época pelos portugueses.

Se a forma segue um protótipo europeu, ao nível da indumentária nota-se a tradição artesanal africana. Tanto na indumentária das figuras, como no fundo da composição, são reproduzidos padrões têxteis que ainda hoje são fabricados nos teares da atual Nigéria.

Nos séculos XV e XVI, inúmeras peças manufaturadas em marfim chegaram a Lisboa, primeiro da Serra Leoa e depois do Benim. Se a arte de trabalhar o marfim na Serra Leoa, a primeira região da África negra visitada pelos marinheiros lusos, representa esporadicamente imagens de portugueses, já os objetos provenientes do reino do Benim, na atual Nigéria, dá-lhes algum protagonismo, tratando-as em grande pormenor nos traços fisionómicos, realçando as diferenças dos portugueses, como os cabelos compridos, as barbas de cortes diversos e os narizes afilados.

https://www.e-cultura.pt/artigo/9092



Tabaco, hábito hábito trazido pelos espanhóis do continente americano. O tabaco era consumido pelos povos indígenas que acreditavam nos seus poderes medicinais, razão pela qual o consumiam em ocasiões cerimoniais. 


Em 1559, o embaixador francês em Lisboa, Jean Nicot, enviou à rainha de França algumas folhas de tabaco que esta utilizou como remédio para curar uma enxaqueca.

No entanto, por exemplo, Damião de Góis considerava-o um remédio para a asma,  as fístulas e "outras moléstias"

Entretanto, expandiu-se por toda a Europa, ficando o nome de Nicot ficado ligado  à nicotina.

Na Europa, o tabaco era aspirado (rapé), mascado ou fumado em cachimbo, tornando-se um hábito social que perdurou até aos finais do século XIX, altura em que se começou a generalizar o consumo do tabaco sob a forma de cigarros.


                                                Café




 Café


Cruz de Aviz em madeira na aldeia de Wureh, ilha indonésia de Adonara. 


















               


         

       Desta forma, no  início da década de 1440, diversos navios desembarcavam indivíduos de raça negra provenientes da costa ocidental africana, a fim de serem  vendidos como escravos após licitação em praça pública.

       No capítulo XXIV da sua “Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné” (1451), de Gomes Eanes de Azurara, referente ao dia 8 de Agosto de 1444 lê-se:: “Chegaram as caravelas a Lagos (…) Pelo qual me parece que será bem que de manhã os mandeis tirar das caravelas, e levar àquele campo que está além da porta da vila, e farão deles cinco partes, segundo o costume (…) O Infante disse que lhe prazia; e no outro dia muito cedo mandou Lançarote, aos mestres das caravelas, que os tirassem fora e que os levassem àquele campo, onde fizessem suas repartições (…)”

        Gravura: Johan Moritz Rugendas, “Viagem pitoresca ao interior do Brasil”

                     Texto Paulo Rolão, Fotografia Miguel Almeida/Dryas

O tráfico negreiro na história dos Descobrimentos, 22 de Novembro de 2016, National Geographic - https://nationalgeographic.pt/historia/actualidade/1006-o-trafico-negreiro-na-historia-dos-descobrimentos




Engenho de cana-do-açúcar




                                      Moenda de cana-de-açúcar (1835), de Johann Moritz Rugendas (1802-1858).








História de Moçambique




                                                    https://www.youtube.com/watch?v=Ietp4sk2kAk


Portugal introduziu a cana-de-açúcar, no Brasil porque::

- O açúcar era muito procurado na Europa e garantia ótimos lucros .

- O açúcar  já tinha sido cultivado na Ilha da Madeira e Arquipélago dos Açores;

-  o clima do Brasil tinha ótimas condições de solo e clima para a sua produção..

A cana foi plantada, inicialmente, na região de São Vicente , no início daa colonização (1532). Aí surgiu o primeiro engenho, o Engenho Governador. Daí espalharam-se  por todo o litoral., sobretudo no Nordeste,  área hoje e chamada Zona da Mata,  com ótima condições para o desenvolvimento da  cana .. Os solos de massapê (de cor escura), o clima quente e húmido e as chuvas regulares ofereciam (e ainda oferecem) excelentes condições naturais para o cultivo da cana. Pernambuco  e Bahia tornaram-se as principais zonas produtoras.

A palavra “engenho” significava inicialmente apenas a moenda  que triturava ou moía a cana. Depois, passou a significar todo o conjunto de terras, máquinas, casa-grande dos senhores de engenho, senzala dos escravos, construções para os colonos livres, instalações para os animais, serraria, carpintaria, ferraria, capela… tudo.

A fabrico do açúcar ira ocorria na casa da moenda, onde se espremia a cana para se retirar o caldo ou garapa. Daí o caldo seguia para a casa da fornalha, onde era “cozido” e transformado em melaço. Passava, depois, à  casa de purgar ou casa das caixas, onde o melaço era colocado em caixas de madeira ou de barro e ficava a secar  ao sol. A partir daí, o açúcar era ensacado e enviado à Europa.

 

 O TRABALHO NO ENGENHO

Engenho de cana

“Aqui nada de apatia; tudo é trabalho, atividade; nenhum movimento é inútil, não se perde uma só gota de suor.

 

“Os edifícios ficam em um grande pátio: o engenho é uma extensa construção ao rés do chão, tendo em frente a senzala dos negros, deserta durante as horas de trabalho.

 

Vejo ao longe negros e negras curvados para a terra, e incitados a trabalhar por um feitor armado dum chicote que pune o menor repouso. Negros vigorosos cortam as canas que raparigas enfeixam. Os carros, atrelados de quatro bois, vão e vêm dos canaviais ao engenho; outros carros chegam da mata carregados de lenha para as fornalhas. Tudo é movimento.

O engenho está sobre um terraço; cavalos estimulados pelos gritos de um negro fazem-no girar. Raparigas negras empurram a cana para os cilindros da moenda. Alguns negros descarregam as canas e as colocam ao alcance das mulheres; outros transportam-nas em grandes cestos e espalham no terreiro o bagaço inútil da cana que não é usado como combustível.

O edifício da moenda apresenta igualmente a importante dependência das caldeiras, onde é cozido o caldo de que se forma o açúcar. O mestre de açúcar é um homem livre que tem às suas ordens negros que agitam o mel com grandes colheres. O fogo das fornalhas é alimentado dia e noite e é mantido durante os cinco meses que dura a safra. Negros transportam as formas para a casa de purgar que é dirigida por um mulato livre. Este tem sob as suas ordens homens para a refinação e para escorrer o mel que  se junta num reservatório. Esta dependência comunica-se com aquela onde se despejam as formas contendo o açúcar acabado. Ali os pães cristalizados e purgados são quebrados; separam-se as qualidades e espalha-se o açúcar para secar.” (L.F.Tollenare. Notas dominicais tomadas durante uma viagem em Portugal e Brasil, 1816, 1817, 1818)




                                            Biombo Namban - chegada dos portugueses ao Japão


https://www.youtube.com/watch?v=ZB_gXzeVcO0



Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela

Será que a morena cochila escutando o cochicho do chocalho
Será que desperta gingando e já sai chocalhando pro trabalho

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela
Será que ela tá na cozinha guisando a galinha à cabidela
Será que esqueceu da galinha e ficou batucando na panela

Será que no meio da mata, na moita, a morena inda chocalha
Será que ela não fica afoita pra dançar na chama da batalha

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Passando pelo regimento ela faz requebrar a sentinela

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela

Será que quando vai pra cama a morena se esquece dos chocalhos
Será que namora fazendo bochincho com seus penduricalhos

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela
Será que ela tá caprichando no peixe que eu trouxe de Benguela
Será que tá no remelexo e abandonou meu peixe na tigela

Será que quando fica choca põe de quarentena o seu chocalho
Será que depois ela bota a canela no nicho do pirralho

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Eu acho que deixei um cacho do meu coração na Catumbela

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Morena, bichinha danada, minha camarada do MPLA



Memorial


Carlos Té
Liguei o meu nome à pimenta
Por ela morria em serviço
Não me queixo nem de nada me arrependo
Fiz escolha de embarcadiço
No começo, só batalhas e ofensas
Me faziam passar mal
Mas depois com as cargas e as doenças
Fui perdendo o moral
Vi que o mundo era um mistério
Maior do que tinha imaginado
Não sabia que um império
Era trabalho tão arriscado
E assim vivi de mãos ao leme
Um destino desmesurado
Nem dois quintais do vosso melhor mel
Me emplacam na língua esse travo tão salgado
Aqui lavo este auto da pimenta
A tinta de sangue assinado
Tantos de nós fomos pasto dos cardumes
Só p'ra que tudo ficasse mais temperado
Sei que é só letra e só papel
Água com sal morrendo no passado
Nem dois quintais do vosso melhor mel
Me emplacam na língua esse travo tão salgado
Pela pimenta no anho
Por uma jarra da China
Pela galinha em caril
Pela cor do pau-Brasil
Valeu a pena
Ser homem ao leme
Ser homem ao leme
Ser homem ao leme







- Debater as principais consequências das Descobertas.

 


Define:

Interculturalismo

Etnocentrismo

Multiculturalismo

Relativismo cultural

Identidade cultural


 https://www.youtube.com/watch?v=_Jwyn2zuC_s  - multiculturalismo

https://www.youtube.com/watch?v=jYld0k0tFGw - Integração de pessoas de outros países


Influência da cultura portuguesa no Brasil


Barroco


Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto

                            Fachada da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto. Obra de Aleijadinho










Preconceitos raciais e culturais, intolerância e xenofobia no passado e no presente

 

- Debater criticamente a colonização e a escravatura no contexto das Descobertas.

- Debater criticamente a discriminação das minorias no passado e no presente.

- Elaborar trabalhos destinados à sensibilização para a tolerância ( slogans; vídeos; spot publicitários)

- Pequenas dramatizações sobre este tema

 

Identidade, diversidade e globalização

- Discutir conceitos tais como identidade, aculturação, integração, etnia, raça/globalização ...

Sensibilizar para a necessidade de preservar a identidade cultural (nacional e local) num mundo em mudança.

( pesquisa de património nacional e local identitário)











https://www.civitatis.com/pt/goa/tour-igrejas-goa/

https://dobrarfronteiras.com/page/8/?attachment_

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Todos os homens são maricas quando estão com gripe

  “Todos Os Homens São Maricas Quando Estão Com Gripe” Vitorino Salomé (original - 2006) / Salvador Sobral https://youtu.be/0IKoYYzTvr...